quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Vida e obra de Goethe publicada em livro pela primeira vez em Portugal

Goethe, autor alemão cuja bibliografia é “das mais impressionantes da literatura universal”, mas escassamente divulgado em Portugal, tem agora, pela primeira vez, publicada uma obra que cobre toda a sua vida e produção literária, filosófica e científica.

Intitula-se “O eterno amador”. Foi publicada pela Bertrand e constitui a primeira monografia em Portugal de Johann Wolfgang Von Goethe, autor e estadista alemão, que fez também incursões pelo campo da ciência natural e que, como escritor, se tornou uma das mais importantes figuras da literatura.

João Barrento, ensaísta, crítico literário e especialista na obra de Goethe, optou por uma monografia, por preferir falar “do pensamento e da obra dos autores” do que limitar-se a escrever uma biografia, disse à agência Lusa.

Toda a primeira parte do livro “faz uma espécie de biografia literária e de pensamento” do escritor alemão, mas aquilo a que se pode chamar “biografia” encontra-se no final do livro, sob o título “Crónica: uma vida, uma obra, uma época”, e consiste numa cronologia dos acontecimentos.

“Preferi deslocar para aí o que é informação biográfica, de autor e de época, em vez de estar a inseri-la numa biografia convencional, que é coisa que não tenho muita vocação para fazer”, referiu.

João Barrento escolheu dar um título ao livro que é uma adjetivação do próprio Goethe – “eterno amador” - por ter sido alguém que nunca quis seguir nem ser “escravo” de “nenhuma corrente, nenhum ‘ismo’ - romantismo ou classicismo” -, tal como o expoente do Romantismo alemão escreveu num pequeno poema no final da vida, um dos milhares de pequenos poemas, que são uma “espécie de súmula de sabedoria de vida”.

Nesse poema, Goethe assumiu que seria sempre “o eterno amador” ou “o amador das coisas e do mundo”.

Esta "biografia literária e de pensamento" procura não só dar uma “visão de conjunto” de quem foi Goethe, mas também fazer justiça a um autor que ficou um “pouco esquecido” e sobre o qual não havia nada em Portugal – exceto algumas publicações dispersas”.

Embora algumas obras tenham sido traduzidas desde o século XIX, aquelas mais conhecidas, como “Fausto” ou “Werther”, “a figura em si é marginal entre os clássicos, porque se trata de um grande clássico das literaturas da época”.

Aliás, como refere João Barrento no livro, “Goethe é, com a Bíblia e Shakespeare, um autor cuja bibliografia ativa e passiva é das mais impressionantes da literatura universal”.

Goethe, que viveu entre os finais do século XVIII e inícios do século XIX, foi um autor, homem de Estado, advogado, pensador versátil, foi relevante política e socialmente no seu tempo, e escreveu poesia, prosa, memórias, ensaios, crítica literária e estética, tratados de botânica e anatomia, tendo deixado um acervo epistolar de mais de dez mil documentos e cerca de três mil desenhos e pinturas.

“É, à sua maneira, um pensador, embora não tenha nenhuma obra sistemática, mas é um pensador especulativo em que a experiência pessoal está sempre em primeiro plano, é uma figura múltipla”.

Tem outro aspeto importante: aparece numa época “em que muita coisa está a mudar no pensamento, nas artes, e que irá suscitar uma grande viragem para aquilo que podemos considerar a nossa modernidade”.

“É uma figura que, por um lado, assimila quase tudo o que está para trás, desde os antigos gregos e romanos, e por outro, anuncia uma série de coisas que aí vêm, nomeadamente a sociedade capitalista. Os desenvolvimentos que o século XIX depois viu estão muito presentes na segunda parte do ‘Fausto’. É uma figura de charneira, de viragem, e condensa imensos saberes”.

O pensamento do autor mantém-se nos dias de hoje: algumas obras podem ser lidas hoje com sentido de atualidade, por exemplo, toda essa segunda parte do “Fausto”, em que “aparece todo o processo de colonização, da civilização moderna, do capitalismo, do que se poderia chamar a glorificação do feminino, a figura da mulher com uma centralidade muito grande, tudo isso já está ali, é significativo e atual”, descreve o ensaísta.

Depois, “há uma atualidade nos clássicos que lhes vem de tratarem as grandes questões humanas e universais e esse universalismo Goethe tem muito, sempre sob uma perspetiva humanista”.

Já a presença de Goethe no espaço português tem sido “irregular” e “problemática” e João Barrento trata esse tema no final do livro, incluindo uma tabela sobre a receção desta personalidade em Portugal, do ponto de vista das obras que foram traduzidas e divulgadas e da presença dele em alguma literatura portuguesa.

Olhando para esta cronologia, percebe-se que “há bastantes momentos em que é importante”, nomeadamente Fernando Pessoa foi um leitor ativo de Goethe, continuando-o e respondendo-lhe com os fragmentos do “Primeiro Fausto”.

“Há também um momento em que o ‘Fausto’ serviu como uma espécie de pedra de toque de referência importante da geração de Antero de Quental, que referimos como a Questão Coimbrã, as grandes discussões que levaram à supressão final dos últimos romantismos e à entrada numa visão mais moderna do mundo e da literatura”.

O “Fausto” suscita uma grande polémica nessa geração e nessa altura, a que se chamou a “Questão do Fausto”, e vai ser um ponto importante de viragem para uma literatura das ideias e não para uma literatura do sentimentalismo, já esgotada, explica João Barrento.

Goethe volta depois a ser impulsionado em Portugal durante o nazismo, altura em que “há uma certa receção universitária, académica, mais em Coimbra do que em Lisboa, talvez porque é aproveitado de formas contraditórias”.

Para alguns, Goethe era visto como “ícone da germanidade” - o homem fáustico como o homem germânico -, recorda João Barrento. Mas esta ideia era “uma grande falsidade, porque o sentido da sua obra é mais universal do que alemão”.

Fonte: Agência Lusa
Texto adaptado pelos alunos de literatura portuguesa.






sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Antero de Quental, Sonetos

        Nos poemas “A um poeta” e “A ideia IV”, de Antero de Quental, é possível distinguirmos certas linhas temáticas fundamentais que constituem a sua produção mais significativa.
        No poema A, apela-se aos que vivem em passividade, incitando-os a sonhar e a mudar o futuro; na verdade, acaba por haver uma solicitação à mudança. Esta temática de metamorfismo está também presente no poema B, no qual é feito um apelo ao poeta para que mude o seu futuro, sendo que só pode fazê-lo sozinho.
        Quanto à estrutura externa, ambas as composições poéticas são sonetos, constituídas por duas quadras e dois tercetos e compostas por versos decassilábicos. No soneto A, deparamo-nos com uma rima interpolada ao longo de todo o poema e emparelhada na terceira e na quarta estrofe. No soneto B, assistimos a uma rima cruzada nos tercetos e emparelhada e interpolada nas quadras.
        Em relação à estrutura interna, em ambos os textos distinguimos duas partes. No texto A, na primeira parte, proscrita entre os versos 1 a 4, que corresponde à introdução, há uma descrição da situação em que se encontra o interlocutor. Na segunda parte, os restantes versos, há um apelo ao «soldado do Futuro» para que este lute por uma sociedade melhor. No texto B, na primeira e na segunda estrofe, há uma descrição da situação em que se encontra o sujeito poético. Já na terceira e quarta estrofes, há um apelo à ação.
       Em ambos os sonetos, o destinatário é o poeta, ocorrendo o uso do vocativo «Tu». É ainda frequente a aplicação de formas verbais no imperativo, mantendo sempre um tom apelativo. Surge a noção do vate enquanto ser solitário, que não pode contar com mais ninguém, sendo ele mesmo a liderar a mudança social, política e literária. Há um anúncio do poeta como voz da revolução.
        Quanto aos recursos estilísticos, estamos perante o uso corrente de comparações, metáforas, personificações e apóstrofes.
        Deste modo, sistematizámos as linhas fundamentais de leitura desta temática na poesia de Antero de Quental, que corresponde ao sentir mais fundo do seu tempo e, quem sabe, do nosso zeitgeist.



A um poeta (poema A)

                                                 Surge et ambula!*



Tu, que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares
,
Longe da luta e do fragor terreno,


Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno,
Afugentou as larvas tumulares...

Para surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...


Escuta! é a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!


Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate.


*expressão latina que significa "Acorda e anda".


 

A Ideia (poema B)

IV


Conquista, pois, sozinho o teu Futuro,
Já que os celestes guias te hão deixado,
Sobre uma terra ignota abandonado,

Homem ‑ proscrito rei ‑ mendigo escuro!


Se não tens que esperar do céu (tão puro
Mas tão cruel!) e o coração magoado
Sentes já de ilusões desenganado,
Das ilusões do antigo amor perjuro;


Ergue-te, então, na majestade estoica
De uma vontade solitária e altiva,
Num esforço supremo de alma heroica


Faze um templo dos muros da cadeia.
Prendendo a imensidade eterna e viva
No círculo de luz da tua Ideia!

                                              Antero de Quental, Sonetos



Autores: Sofia P. Faustino, Catarina Silva, Sara Nunes, Domingos Lopes Gallego.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A LIÇÃO DOS CLÁSSICOS EM CAMILO.12 a 14 de Abril de 2018

O Grupo de Investigação Memória e Diálogos Literários do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH) da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UCP, em Braga, está a organizar, para 12, 13 e 14 de Abril de 2018,  o Congresso Internacional A LIÇÃO DOS CLÁSSICOS EM CAMILO CASTELO BRANCO. A data limite para envio de propostas de comunicação foi  ampliada até 11 de Fevereiro de 2018.

Para mais detalhes, vide o anexo​ e a página do evento: http://braga.ucp.pt/alicaodosclassicosemcamilo/




segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Biografia Ilustrada de D. Pedro, Conde de Barcelos

  Dom Pedro Afonso de Portugal (1287, Lalim - 1354), 3º Conde de Barcelos - segundo fontes, o primeiro filho natural de D. Dinis e, supostamente, de D. Grácia Froes. Foi um poeta e trovador de alta relevância para o desenvolvimento cultural da idade média em Portugal, escrevendo muitos dos textos mais importantes da época. 
   Foi um dos homens mais ricos do reino até à data da sua morte, pelo casamento curto com D. Branca Peres, herdeira de grande parte da fortuna dos Sousa. Com o seu segundo, mas novamente breve, casamento com a aragonesa D. Maria Ximenes consolidou esse estatuto e casou-se, desta vez definitivamente, com D. Teresa Anes, sua concubina, não tendo tido descendência. 
    D. Pedro passou anos exilado em Castela, pelo conflito que opôs D. Dinis ao príncipe herdeiro, D. Afonso, e com isso teve contacto com as atividades culturais da corte castelhana, prolongando o intenso labor do seu bisavô, Afonso X de Leão e Castela. Ao regressar, toma posse de todos os bens que lhe haviam sido confiscados, mas pouco depois da morte do seu pai tomou a decisão de se afastar, gradualmente, da corte do seu meio-irmão, com o qual acabou por entrar em dissidência (desacordo político), mas ainda lutando a seu lado na Batalha do Salado. 
    Encontrou refúgio nos seus paços de Lalim, transformados em centros culturais de grande importância. Aí, encontramos datado o seu testamento, e também aí morreu. 
    D. Pedro jaz sepultado no Mosteiro de São João de Tarouca, num túmulo com jacente, adornado com cenas de caça ao javali.
    Como mencionado, o Conde deixou marcas culturais, entre as mais importantes da idade média da Península Ibérica. Foi o compilador, ou o último entre um grupo de compiladores, das cantigas dos trovadores galego-portugueses. Encontramos, no seu testamento, um Livro de Cantigas, possivelmente o arquétipo dos cancioneiros manuscritos que chegaram aos dias atuais, que porém não chegou a quem tinha sido deixado no testamento de D. Pedro Afonso e não se sabe onde possa estar. Conhecem-se quatro cantigas de amor e seis cantigas de escárnio suas, escritas com habilidade e um senso de humor característico. O seu Livro de Linhagens e Crónica Geral de Espanha de 1344 seriam outras obras fundamentais da história e cultura da Península. Estas obras, que na época foram traduzidas para castelhano, são estudadas até hoje.
   O seu nobiliário é considerado um dos mais importantes da época medieval.


Releitura do retrato de D. Pedro, baseado na sua figura na Genealogia dos Reis de Portugal

 
Texto: Rafaela Garcia e Francisco Grilo
Ilustração: Francisco Grilo 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Arquivo digital do "Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa apresentado esta semana

Um arquivo digital colaborativo do “Livro do Desassossego”, de Fernando Pessoa, com imagens dos documentos originais e transcrições de quatro edições da obra, que podem ser consultadas e comparadas, está 'online' e é apresentado hoje, em Lisboa.

O Arquivo Digital Colaborativo do Livro do Desassossego (LdoD) demorou seis anos a ser preparado – de 2012 a 2017 – por investigadores do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra (CLP) e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores em Lisboa (INESC-ID Lisboa).

Agora, pronta e disponível, esta plataforma interativa, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela União Europeia, vai ser oficialmente apresentada, no Auditório da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), pelos seus principais responsáveis, Manuel Portela, do CLP, e António Rito Silva, do INESC-ID Lisboa, anunciou a BNP.

A biblioteca é também uma das colaboradoras neste projeto, nomeadamente através da disponibilização dos manuscritos referentes à obra de Bernardo Soares, semi-heterónimo de Fernando Pessoa, autor do Livro do Desassossego.

O Livro do Desassossego contém imagens dos documentos autógrafos, novas transcrições desses documentos e ainda transcrições de quatro edições da obra - de Jacinto Prado Coelho, de Teresa Sobral Cunha, de Richard Zenith e de Jerónimo Pizarro –, que é possível consultar separadamente e comparar.

O Livro do Desassossego, uma das maiores obras de Fernando Pessoa, é um livro fragmentário (com mais de 500 textos distribuídos por diversos documentos), permanentemente em estudo por investigadores pessoanos, que têm interpretações díspares sobre o modo de organizar o livro, já que este ficou inacabado e os fragmentos não têm ligação entre si, embora funcionem como um todo.

Para alguns estudiosos, o livro é um trabalho de autor, para outros, é uma composição de mais de um autor, como é o caso de Teresa Sobral Cunha, que organizou, em conjunto com Jacinto do Prado Coelho e Maria Aliete Galhoz, a primeira edição do livro, publicada apenas em 1982.

Para esta estudiosa, existem dois Livros do Desassossego, um de Vicente Guedes, dos anos 1910 e 1920, e outro de Bernardo Soares, do final dos anos 1920 e 1930.

Além da leitura e comparação das transcrições, o Arquivo LdoD permite que os utilizadores colaborem na criação de edições virtuais do Livro do Desassossego.

A página digital está, assim, dividida em cinco grandes capítulos: “Leitura”, que permite ler a obra de acordo com diferentes sequências, “Documentos”, que contém a listagem de todos os fragmentos e informação acerca das fontes, “Edições”, que permite a visualização dos originais e comparação das transcrições, “Pesquisa”, para selecionar fragmentos de acordo com múltiplos critérios, e “Virtual”, que permite criar edições virtuais e suas taxonomias.

Através da integração de ferramentas computacionais num espaço simulatório, o Arquivo LdoD oferece um ambiente textual dinâmico, no qual os utilizadores podem desempenhar diferentes papéis literários, como se pode ler num texto introdutório ao Arquivo LdoD.

“Trata-se de um recurso multiplataforma e multidispositivo (smartphone, tablet, computador portátil) em acesso aberto, cujas funcionalidades servem para múltiplas atividades, incluindo leitura de lazer, estudo, análise, investigação avançada e criação literária”, acrescenta.

Fonte: Agência Lusa

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Definições de "Livros de Linhagens"

Livros de Linhagens:

Maria Garcia - Os Livros de Linhagens são conjuntos de linhas que reúnem todas as ligações genealógicas que permitem a união de famílias e o esclarecimento de questões causadas pela ignorância de quem falseia a sua vida.
 
Rita Fernandez - Livros de Linhagens: proveniente do latim "liber Lineae" deu entrada no século III. Procurava interiozar em papel linhas do tempo/cronológicas que integram as linhas geracionais de descendentes familiares.
 
Rafaela Garcia - Os Livros de Linhagens são livros que nos dão a conhecer as relações genealógicas de membros de famílias nobres. Estes eram bastantes comuns no passado, pois davam a conhecer aos homens a sua linhagem, permitindo-lhes saber os seus ascendentes e graus de parentesco, o que evitava casamentos incestuosos e assegurava os direitos hereditários de alguns dos membros da família.
 
Francisco Grilo - Livros de Linhagens ou "nobiliários" são documentos que nos dão informações sobre as origens, pertences, e heranças, de uma família, bem como sobre os laços entre os membros desta.
 
 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

"Barca bela" de Almeida Garrett

Poema "Barca bela", de Almeida Garrett:

 Pescador da barca bela,
Onde vás pescar com ela.
    Que é tão bela,
Ó pescador?

Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
  Colhe a vela,
Ó pescador!

Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Ó pescador!

Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela,
Só de vê-la,
Ó pescador.

Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela
Foge dela
           Ó pescador!        


Nuno Júdice afirma que «"Barca bela" é o poema de Garrett com menos conotação sentimental», com o qual concordo.

Em todos os poemas de Garrett estudados em aula assistimos a uma espécie de poesia autobiográfica, na qual o sujeito poético relata em primeira mão o drama sentimental em que está envolvido, enquanto que na "Barca bela" tal não acontece.

Nos poemas deste autor é ainda frequente assistirmos à superlativação da mulher, que o domina e avassala e pelo qual este possui um amor intenso, um "morrer de amor". Em "Barca bela", no entanto, o sujeito poético aconselha o pescador a fugir de tal domínio e subjugação, dizendo-lhe "Inda é tempo, foge dela" (verso 18), isto é, já não está presente o sentimento de entrega amorosa. Garrett dá ao pescador o conselho que, talvez, gostaria que lhe tivessem dado.

Como tal, e por este ser, na minha opinião, o poema mais "impessoal" de Garrett, é também o menos emotivo.

Autora: Catarina Silva 


segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Inaugurada a impressionante biblioteca de Tianjin

Esta é a prova de que as bibliotecas não têm de ser sítios aborrecidos.


 Foi inaugurada uma das mais futuristas bibliotecas do mundo, em Tiajin, na China.
 
 A Tianjin Binhai Public Library foi projetada pela empresa de arquitetos MVRDV e tem capacidade para 1,2 milhões de livros. Para já, as estantes ainda estão despidas.
 
 O espaço tem no meio uma esfera gigante que representa o olho humano.
 
 
 
 

 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Accursio Soldano editado pela primeira vez em Portugal com romance de temática pessoana

O compositor italiano Mariano Deidda, que tem musicado a obra de Fernando Pessoa, torna-se "personagem" na ficção "A Viagem à Sicília de Alberto Caeiro", primeira obra do escritor Accursio Soldano publicada em Portugal.


 
 
Leia mais em: http://24.sapo.pt/vida/artigos/accursio-soldano-editado-pela-primeira-vez-em-portugal-com-romance-de-tematica-pessoana