domingo, 30 de abril de 2017

Por dentro de Diogo do Couto

«Na Índia não pensávamos que o reino fosse esta barca sem leme nem mastro.»
 in Saramago, José, Que farei com este livro?, Lisboa, Caminho, 1999.

Esta citação corresponde a um excerto de uma fala de Diogo do Couto. O sentido desta metáfora é fazer alusão ao facto do reino estar a passar por tempos difíceis, nos quais as pessoas incumbidas de os orientar não conseguem cumprir a sua função, assemelhando-se, assim, o reino a uma barca sem leme nem mastro, que anda a deriva.


Escrito por: Domingos Lopes Gallego e Sofia P. Faustino

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Contexto histórico, económico e social na época de Camões

No século XVI, mais concretamente no ano de 1570, tal como retrata o excerto, Portugal encontrava-se numa época histórica de mudança fortemente marcada pelos Descobrimentos e pela chegada dos portugueses à Índia por mar. 

Neste século, Portugal foi sem dúvida um país líder na expansão, obteve muitos territórios ultramarinos em diversos continentes, tais como em África (Ceuta, Tânger, Arzila, etc.), na Ásia (Diu, Goa, Calecute, Timor-Leste, Macau, etc.) e na América (Brasil). 

Assim sendo, a nível económico Portugal tornou-se um dos maiores centros de comércio do mundo e uma grande potência económica; desta forma, Portugal era um dos países mais prestigiados do mundo.

No que toca à vida social do país, esta foi nessa época afetada por uma grandiosa peste que atingiu Lisboa, irradiando para algumas zonas periféricas. Ao atingir a capital fê-lo com excecional violência, originando sucessivos pedidos de auxílio divino que se consubstanciaram em manifestações religiosas de grande devoção.


Escrito por: Domingos Lopes Gallego e Sofia P. Faustino



quinta-feira, 27 de abril de 2017

A Biblioteca de Alexandria

Antes do século III a.C., as bibliotecas guardavam e preservavam documentos sobre o património e tradições locais. Mas em 295 a.C., o rei do Egito Ptomoleu I Sóter encarregou o seu conselheiro Demétrio de Falero de estabelecer uma biblioteca que guardasse uma cópia de todos os documentos existentes no mundo. 
Foi erigida na capital do império, Alexandria, no terreno do Museu, um local de estudo para alguns dos maiores pensadores da época. Crê-se que, no seu auge, guardava cerca de meio milhão de papiros, levando ao estabelecimento de uma segunda biblioteca no templo de Serápis, a sul de de Alexandria. 

Os únicos indícios que temos destas bibliotecas provêm de textos antigos e o seu fim é alvo de profundo debate. Uns defendem que foram acidentalmente destruídas por Júlio César em 48 a.C. quando este mandou incendiar os navios no porto da cidade e o fogo se espalhou. Outros creem que o imperador Teodósio I as destruiu numa tentativa de eliminar o paganismo, em 391.
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                                              Nova Biblioteca de Alexandria

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Vida e obra de Diogo do Couto

Diogo do Couto nasceu em 1542, em Lisboa, filho dos nobres Gaspar do Couto e de Isabel de Serrã de Calvos. Aos onze anos começou a ouvir gramática, estudou Latim e Retórica no Colégio de Santo Antão e Filosofia no Convento de Benfica. Em 1559 vai para o Estado da Índia, de onde só regressaria uma década depois.

Amigo íntimo de Luís Vaz de Camões, encontra-o na Ilha de Moçambique em 1569, com dívidas e sem dinheiro para voltar. Diogo do Couto e outros amigos disponibilizam-se para ajudar o poeta, que deste modo poderá apresentar na capital a sua maior obra, Os Lusíadas. Chegam a Lisboa em Abril de 1570 na nau Santa Clara : "Em Cascais, as naus fundeadas esperavam que Diogo do Couto voltasse de Almeirim, onde fora solicitar de el-Rei a sua entrada no Tejo, porque Lisboa estava fechada com a peste. Logo que a ordem veio, Santa Clara entrou na barra." (Oliveira Martins)

Diogo do Couto entendeu que a história deve conter as "verdades" sem restrições, acabando por sofrer repressões, dizendo como a objetividade incomodava muita gente cujos antepassados estavam envolvidos nos acontecimentos que narrava. Enquanto historiador criticou os abusos, a corrupção e as violências correntes na Índia, protestando abertamente contra estes.

Além das décadas, de orações congratulatórias e comemorativas que proferiu em solenidades no Oriente, e do relato do naufrágio da Nau S. Tomé, escrito na História trágico-marítima, escreveu também o célebre diálogo O Soldado Prático, que contém uma crítica mordaz ao funcionalismo na Índia, pondo a descoberto a ambição da riqueza, o amor ao luxo, a opressão aos pobres, a falta de dignidade e a deslealdade nas informações transmitidas ao Rei. Não foi o primeiro nem o último cronista da presença portuguesa no Oriente, mas sim o primeiro cronista da vida da Índia.


Escrito por: Catarina Silva e Sara Nunes

domingo, 2 de abril de 2017

Dia internacional do livro infantil 2017

No dia 2 de abril comemora-se em todo o mundo o nascimento de Hans Christian Andersen. A partir de 1967, este dia passou a ser designado por Dia Internacional do Livro Infantil, chamando-se a atenção para a importância da leitura e para o papel fundamental dos livros para a infância.

Para assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil 2017, a DGLAB convidou o ilustrador João Fazenda, vencedor do Prémio Nacional de Ilustração do ano passado, para ser o autor da imagem do cartaz.

A mensagem do IBBY internacional, este ano da responsabilidade da Rússia, consta de um texto do escritor Sergey Makhotin e um cartaz do ilustrador Mikhail Fedorov. Pode ser encontrada em: http://www.ibby.org/awards-activities/activities/international-childrens-book-day/icbd-2017/?L=0
Vamos crescer com o livro, mensagem de Sergey Makhotin em português (em pdf).

Fonte: Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas