Diogo do Couto nasceu em 1542, em Lisboa, filho dos nobres Gaspar do Couto e de Isabel de Serrã de Calvos. Aos onze anos começou a ouvir gramática, estudou Latim e Retórica no Colégio de Santo Antão e Filosofia no Convento de Benfica. Em 1559 vai para o Estado da Índia, de onde só regressaria uma década depois.
Amigo íntimo de Luís Vaz de Camões, encontra-o na Ilha de Moçambique em 1569, com dívidas e sem dinheiro para voltar. Diogo do Couto e outros amigos disponibilizam-se para ajudar o poeta, que deste modo poderá apresentar na capital a sua maior obra, Os Lusíadas. Chegam a Lisboa em Abril de 1570 na nau Santa Clara : "Em Cascais, as naus fundeadas esperavam que Diogo do Couto voltasse de Almeirim, onde fora solicitar de el-Rei a sua entrada no Tejo, porque Lisboa estava fechada com a peste. Logo que a ordem veio, Santa Clara entrou na barra." (Oliveira Martins)
Diogo do Couto entendeu que a história deve conter as "verdades" sem restrições, acabando por sofrer repressões, dizendo como a objetividade incomodava muita gente cujos antepassados estavam envolvidos nos acontecimentos que narrava. Enquanto historiador criticou os abusos, a corrupção e as violências correntes na Índia, protestando abertamente contra estes.
Além das décadas, de orações congratulatórias e comemorativas que proferiu em solenidades no Oriente, e do relato do naufrágio da Nau S. Tomé, escrito na História trágico-marítima, escreveu também o célebre diálogo O Soldado Prático, que contém uma crítica mordaz ao funcionalismo na Índia, pondo a descoberto a ambição da riqueza, o amor ao luxo, a opressão aos pobres, a falta de dignidade e a deslealdade nas informações transmitidas ao Rei. Não foi o primeiro nem o último cronista da presença portuguesa no Oriente, mas sim o primeiro cronista da vida da Índia.
Escrito por: Catarina Silva e Sara Nunes
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