A obra “Aparição”, de Vergílio Ferreira, apresenta vinte e cinco capítulos, que correspondem a um ano escolar. O narrador, Alberto Soares, é auto e homodiegético.
Quanto à estrutura da obra, destacamos o prólogo e o epílogo, de vincada importância, impondo-se graficamente pelo itálico e pelo tom diferente em relação ao da restante narração, graças à forte densidade poética. Se o prólogo funciona como uma espécie de abertura, o epílogo fecha-o, sem o fazer à maneira clássica, deixando sempre margem para a afirmação do “eu” que não deixa de se deslumbrar com o mistério do tempo. No prólogo é nos apresentado o narrador e os principais temas do romance, como a vida e a morte, isto é, a condição humana, na verdade, uma interrogação sobre a existência. É a recordação, na velha casa, da história que o protagonista é testemunha. Já no epílogo, conclui-se a história de Évora e assistimos a uma retoma (circular) da situação inicial, na velha casa da aldeia.
Na sua qualidade de romance-ensaio encontramos temas existencialistas, como a solidão existencial, o conflito com Deus e com a transcendência e a construção do destino pelo Homem. São abordados a procura do conhecimento do Homem sobre si próprio e sobre a sua existência e a morte enquanto limite da condição humana.
O “eu” impõe-se como personagem central, como personagem que se afasta ou detentora de revelar, de justificar um problema de sempre. O protagonista privilegia o seu “eu”, mas o que sai verdadeiramente privilegiado é o “eu” que existe em cada homem. Em “Aparição” há os eleitos e os outros. Os eleitos têm um determinado dom, revelam-se em cumplicidade com o “eu”, com Alberto. Os outros são os que não sentem a necessidade de se interpelar.
Para Alberto, relembrar o passado à luz da Lua é fazê-lo aparecer, é tentar encontrar a realidade oculta. A aparição liga-se a um estado que permite descobrir, sentir a visão, revelar. Aparição é o encontro interior do Ser e da Ordem, é a verdade inacessível. A obstinação do protagonista é justificar a vida face á inverosimilhança da morte. A resposta que não encontra é geradora de angústia. A morte das personagens, como Cristina e Sofia, é pretexto para interrogação e busca do “eu”.
Na sua qualidade de romance-ensaio encontramos temas existencialistas, como a solidão existencial, o conflito com Deus e com a transcendência e a construção do destino pelo Homem. São abordados a procura do conhecimento do Homem sobre si próprio e sobre a sua existência e a morte enquanto limite da condição humana.
O “eu” impõe-se como personagem central, como personagem que se afasta ou detentora de revelar, de justificar um problema de sempre. O protagonista privilegia o seu “eu”, mas o que sai verdadeiramente privilegiado é o “eu” que existe em cada homem. Em “Aparição” há os eleitos e os outros. Os eleitos têm um determinado dom, revelam-se em cumplicidade com o “eu”, com Alberto. Os outros são os que não sentem a necessidade de se interpelar.
Para Alberto, relembrar o passado à luz da Lua é fazê-lo aparecer, é tentar encontrar a realidade oculta. A aparição liga-se a um estado que permite descobrir, sentir a visão, revelar. Aparição é o encontro interior do Ser e da Ordem, é a verdade inacessível. A obstinação do protagonista é justificar a vida face á inverosimilhança da morte. A resposta que não encontra é geradora de angústia. A morte das personagens, como Cristina e Sofia, é pretexto para interrogação e busca do “eu”.
Concluindo, ao longo da obra, o narrador vai atingindo um estado de purificação, em que o milagre da “aparição” acontece. Assim, descobre-se e volta aos seus primórdios. No entanto, as suas ideias nunca foram acolhidas pela sociedade, pelo que não chegou verdadeiramente a entrar na cidade de Évora.
Escrito por: Sofia P. Faustino, Catarina Silva, Domingos Lopes Gallego e Sara Nunes.
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