Na cantiga de amigo “Pois nossas mães van a San Servando” de Pero de Viviãez (Séc. XII), o grupo de donzelas procurava o lado mais profano de festa, arranjando encontros com os seus amados. Esta cantiga de romaria mistura o sagrado, devido ao facto de estarem a participar num ato religioso, e o profano, pois não estão tão dedicadas como suas mães.
No entanto, em “Fui eu fremosa fazer oraçon”, de Afonso Lopes de Baião (Séc. XII), o sujeito lírico foi fazer uma oração pelo seu amado que porventura não apareceu no encontro que supostamente iriam ter.
Enquanto na primeira cantiga os amados comparecem e dançam com as donzelas, alegremente, em “Fui eu, fremosa, fazer oraçon” a donzela está a sofrer, pois o seu amado não apareceu no encontro, fazendo com que esta o considere um “traidor”.
Concluindo, apesar de ambas as cantigas serem de peregrinação, o seu desfecho é diferente e os sentimentos são opostos, isto é, enquanto o grupo de donzelas estavam divertidas com os amados, a outra reza e chora pelo seu amigo que a “traiu”.
Estas cantigas apresentam uma realidade da época que ainda se prolonga até aos dias de hoje, utilizando as romarias não como uma celebração religiosa, mas sim como uma festa mais social.
Autores: Maria Garcia e Diogo Vicente
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