Morrer de amor é viver dele: este provérbio sintetiza a ideia da morte por amor, ou seja, uma morte que não é física, mas sim um abandono a um sentimento que pulula de vida. Como dizia Fernando Pessoa, “Amar é entregar-se”.
Desde os primórdios da Literatura Portuguesa, o amor é uma temática constante. Não só na poesia, como nos mais variados géneros literários. Esta morte por amor principia na Poesia Trovadoresca, permanecendo até à atualidade. Tomem-se como exemplos as inúmeras composições literárias que abordam esta temática. Entre elas, contamos com poemas como «Ai madre, moiro d’amor», de D. Dinis (viragem do séc. XIII para o XIV), ou «Não posso adiar o amor», de António Ramos Rosa (séc. XX); o conto “José Matias”, de Eça de Queiroz (séc. XIX); a peça de teatro “Um auto de Gil Vicente”, de Almeida Garrett (séc. XIX); e o romance “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco (séc. XIX).
No caso de “Um auto de Gil Vicente”, assistimos ao amor entre Bernardim Ribeiro e D. Beatriz. Bernardim “morre de amores” pela Infanta, que nutre o mesmo sentimento por ele. Porém, este amor enfrenta as adversidades do casamento com o Duque de Saboia, imposto pela corte.
Concluindo, estas histórias são intemporais, já que o amor, embora possa vencer tudo (omnia vincit amor), nem sempre termina com um final feliz. Isso ensina-nos duas grandes histórias da literatura universal, tais como Tristão e Isolda e Romeu e Julieta.
Autores: Catarina Silva, Sara Nunes, Sofia P. Faustino e Domingos Lopes Gallego.
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