Analisando os
dois poemas apresentados (“Pois nossas madres vam a San Simon”, de Pero de Viviãez (Séc. XII) e “Fui eu,
fremosa, fazer oraçon” de Afonso Lopes de Baião (Séc. XII) ), é possível notar que têm muito em comum. Como se
poderão interligar? Primeiramente, vemos o significado do primeiro texto por si
só – esta cantiga de romaria trata de um grupo de moças que vão a uma
celebração religiosa, não pelo sagrado, mas para bailar, sem véu, perante os
namorados. É este o contraste de um tema profano combinado com o sagrado.
Formalmente,
cada cobla possui quatro versos e é seguida por um refrão dístico. Cada verso é
decassilábico.
Vejamos
agora o segundo poema – este fala-nos, desta vez, de uma só moça. Esta, de
novo, encontra-se numa celebração religiosa, não estando lá para orar por si
mesma, mas sim pelo seu amado, que não se encontrou com ela como haviam
combinado.
Formalmente,
esta cantiga mostra-se exatamente igual à primeira (coblas de quatro versos decassilábicos, seguidas por um refrão dístico).
Assim,
facilmente imaginamos que uma cantiga se passe, temporalmente, imediatamente
após a outra – pensando no grupo de meninas que no festival se encontraram com
os amados, uma delas ficando de parte, por falta de presença do amigo, rezando para
que tudo esteja bem com este.
Estas
histórias, individual ou conjuntamente, mostram-nos fielmente o registo de
alguns hábitos do povo no seu dia-a-dia durante a época medieval.
Autores: Francisco Grilo e Guilherme Magalhães.
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