Ao longo da obra A Queda dum Anjo, de Camilo Castelo Branco, são-nos apresentados inúmeros aspetos exteriores da mudança de Calisto Elói, reações relativas a essa mesma mudança sendo também evidente uma autoanálise, pela expressão de sentimentos, do morgado de Agra face à transformação do seu modo de viver e sentir.
Desde logo, é visível uma transfiguração das roupas do morgado, em concreto no vestuário que passou a apresentar, isto é, calças à moda da sua época (“[…] calças xadrez cinzento […]”, l. 136) e “botões de coralinas falsas” (l. 137). Note-se que chegou a «colher informações» dos alfaiates mais famosos, a fim de mudar. Posteriormente, as damas e as pessoas que com ele privavam começaram a examinar com espanto as transfigurações das vestes, dos modos e da linguagem do morgado (“A Câmara afogou o riso […]”, l. 155) e a sua indumentária.
No que toca à sua alma, esta vai-se adaptando à proporção da sua “fatiota”, demonstrando alterações na personalidade, subjugando o seu modo «meio grosso», outrora incompatível com a atitude de um galã. Também na assembleia, Calisto fez sensação com, por exemplo, o charuto que fumava, deixando fumaças no ar, ainda que com gestos que poderiam provocar «algum riso». Manifestamente, estas maneiras contrastavam com a personalidade e os ideais do protagonista, inconciliáveis com o modelo do português citadino dos novos tempos.
No que concerne à autoanálise e sentimentos do morgado de Agra face à transformação do seu modo de viver e sentir, Calisto Elói sente-se, de certo modo, castigado pela própria consciência. O deputado defende-se, interiormente, das suas mudanças exteriores, alegando que estas não influem nas suas faculdades pensantes, uma vez que a prudência lhe exigia viver em Lisboa consoante os usos da cidade, deixando de parte os hábitos e génios aldeãos.
Em suma, neste capitulo (XIV - “Tentação! Amor! Poesia!”) o personagem principal sofre uma grande alteração no seu carácter, fruto da descoberta de um novo amor, acabando por afetá-lo também no seu aspeto exterior, enquadrando-se, absolutamente, nos costumes de Lisboa, que iam atuando sobre o ânimo do deputado.
Desde logo, é visível uma transfiguração das roupas do morgado, em concreto no vestuário que passou a apresentar, isto é, calças à moda da sua época (“[…] calças xadrez cinzento […]”, l. 136) e “botões de coralinas falsas” (l. 137). Note-se que chegou a «colher informações» dos alfaiates mais famosos, a fim de mudar. Posteriormente, as damas e as pessoas que com ele privavam começaram a examinar com espanto as transfigurações das vestes, dos modos e da linguagem do morgado (“A Câmara afogou o riso […]”, l. 155) e a sua indumentária.
No que toca à sua alma, esta vai-se adaptando à proporção da sua “fatiota”, demonstrando alterações na personalidade, subjugando o seu modo «meio grosso», outrora incompatível com a atitude de um galã. Também na assembleia, Calisto fez sensação com, por exemplo, o charuto que fumava, deixando fumaças no ar, ainda que com gestos que poderiam provocar «algum riso». Manifestamente, estas maneiras contrastavam com a personalidade e os ideais do protagonista, inconciliáveis com o modelo do português citadino dos novos tempos.
No que concerne à autoanálise e sentimentos do morgado de Agra face à transformação do seu modo de viver e sentir, Calisto Elói sente-se, de certo modo, castigado pela própria consciência. O deputado defende-se, interiormente, das suas mudanças exteriores, alegando que estas não influem nas suas faculdades pensantes, uma vez que a prudência lhe exigia viver em Lisboa consoante os usos da cidade, deixando de parte os hábitos e génios aldeãos.
Em suma, neste capitulo (XIV - “Tentação! Amor! Poesia!”) o personagem principal sofre uma grande alteração no seu carácter, fruto da descoberta de um novo amor, acabando por afetá-lo também no seu aspeto exterior, enquadrando-se, absolutamente, nos costumes de Lisboa, que iam atuando sobre o ânimo do deputado.
Autores: Domingos Lopes Gallego e Sofia P. Faustino.