quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Visita à Torre do Tombo

        No dia 18 de Janeiro, pelas 10h, fomos, juntamente com o nosso professor António Borges, visitar a Torre do Tombo.



        Durante a visita, fomos acompanhados por uma funcionária dos Arquivos da Torre, que para a iniciar nos mostrou uma maquete do edificio, explicando-nos um pouco da sua história, acrescentando o facto das curiosas gárgulas, que encimam a entrada do edificio, não estarem representadas, falando-nos também um pouco da sua origem, isto é, o motivo e significado da sua criação. Aconselhou-nos também um poema, de Vasco Graça Moura, sobre as gárgulas da Torre, que aqui transcrevemos na íntegra:

As gárgulas

grulham, gargalham gárgulas talhadas
de guarda nas muralhas dos arquivos
ao pé dos tempos, monstros nados-vivos
cantarias de esgar também tombadas

na ordenação dos medos, dos enigmas
da memória mais funda que alimenta
a glória, a dor, as vozes, os estigmas,
a luz, a sombra, a indecifrada, lenta

caligrafia que regista a nossa
precária identidade, mas nós tanto
a debatemos que se ri na grossa
lavra da pedra a gárgula do canto

e as outras fazem coro, ou talvez chorem,
talvez vociferando alguma assuste
os que a olhá-las se demorem
e talvez custe olhá-las, talvez custe

pensar que somos hoje um vago cúmulo
desse registo lúgubre e contínuo
e ver as sentinelas que no túmulo
nos mascaram a história e o destino.

Vasco Graça Moura, in Variações metálicas. Ed: Armazém das Artes, s.l., s.d.

        No decorrer da visita, deparamo-nos com um mapa cujo tema era a abolição da pena de morte em diferentes países, ilustrado com uma citação de Victor Hugo: “Proclamar principios é ainda mais belo que descobrir mundos.”
        De seguida, dirigimo-nos para uma sala de conferências, onde nos foi apresentado o site da Torre do Tombo e algumas das suas funções, juntamente com o seu conteúdo (eis o link do site a quem suscitar algum interesse, http://antt.dglab.gov.pt/).
        Posteriormente, acedemos a documentos originais, como registos e cantigas de D.Dinis, que nos foram explicados detalhadamente. Aqui, informaram-nos sobre a construção de um livro, no que diz respeito aos materias e à seleção dos mesmos para o produto final. Uma das curiosidades que nos apresentaram foi que as lombadas dos livros são feitas a partir do lombo do animal.
        Seguidamente, vimos uma exposição muito interessante sobre Vergílio Ferreira, na qual estavam expostos objetos pessoais, como o seu cadeirão, onde escrevia os seus livros, e o seu violino. Curioso foi registar que mais um escritor tinha uma paixão pela música, à semelhança de Fernando Pessoa, que também tocava piano. 


        Depois, visitámos uma biblioteca mais restrita, para pesquisas específicas, cuja disposição era interessante.
        Por fim, visitámos também a sala geral de pesquisa, que achámos simpática, cuja função é servir de primeiro passo para uma pesquisa mais detalhada e pessoal.
        Na nossa opinião, a visita foi bastante enriquecedora, a nível académico e pessoal, e recomendamo-la a todos, uma vez que se trata de um magnífico edifício. Aconselhamos, para o efeito, transportes públicos, devido ao trânsito e à dificuldade em estacionar.


Autores: Catarina Silva, Sara Nunes e Sofia P. Faustino



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